quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Olhos embuçados de sonhos



Passou-se muito tempo desde a última vez que aqui estive.
Qual Paris qual quê alguns meses depois. Já tinha esquecido a sensação.
Já tinha esquecido o gosto e o paladar. O cheiro e a envolvência.
Sinto-me a andar de bicicleta anos depois, entre uma insegurança tremenda na queda, fruto das oscilações do piso e da minha falta de equilibro, e uma certeza absurda... 
A de que não importa como eu acabe este "passeio-de-bicicleta", quer seja com uma aparatosa queda, ou com uma chegada de mestre, eu estarei uns metros mais à frente, mais perto do Céu e mais perto do Sol.

Tenho muitas dúvidas e incertezas.
Que eu quero que aniquilar uma por uma, utilizando as armas que possuo. Não quero recear o abstracto. Não quero fracassar até ver todo o véu de ignorância ser levantado.
Não quero deixar sentimentos menos nobres perfilarem o meu caminho.
O caminho no qual quero que a alegria esteja presente, caminho no qual todos seremos aquilo que quisermos ser... 
E muitas vezes encontramos o caminho bloqueado, por insegurança e medo.
Como se nos encontrássemos no início de uma ponte, em sentidos opostos.
Todos nos recusamos, terminantemente, a atravessar até ao outro lado mas, tacitamente, concordamos ir até meio... O problema é: Quem de nós dá o primeiro passo?
Que não se tema a primeira passada. Façamos delas uma passada larga e convicta. 
Sem considerações nem filosofias.
Acreditada na força do movimento e na ausência de derrotismo.

Faz o mesmo.
E fá-lo comigo.
Vamos todos fazê-lo juntos.
E, claro, para mim, para ti mas sobretudo para o Mundo!
Afinal, o limite é até ao limiar dos teus horizontes, por isso abre-os. Libertemos os pássaros das gaiolas.

É estranho encontrar-me neste meandro de sensações.
Querer ter o mundo na mão, enquanto agarro a vida num abraço.
E ter o mundo inteiro, realmente quando me permito flutuar.
Apenas porque o tenho nos meus olhos embuçados de sonhos.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Injustiça Social sem fim!


Faz-me uma certa confusão o facto de existirem certas injustiças no mundo. Hoje em dia, não faltam pessoas que cometem injustiças. 


As injustiças sociais acontecem desde que o homem existe. Faz parte da natureza humana, há em todas as sociedades, o poderoso, ou os que se dizem poderosos, por terem dinheiro, e os inferiores, que deles dependem.
Posso exemplificar a temática da injustiça social com o trabalho infantil, cuja actividade ocorre em 61% na Ásia, 32% da África e o restante, espalhados pela América Latina. 

Desse número, 73% estão empregados nas piores formas de trabalho infantil, ou seja, 170 milhões ocupam-se em trabalhos perigosos. 

Cerca de 8 milhões de crianças são colocadas em formas degradantes e corruptas: o trabalho forçado ou escravo (5,7 milhões), conflito armado (0,3 milhão), prostituição e pornografia (1,8 milhões), tráfico de drogas (1,2 milhões) e outras actividades ilegais.
Infelizmente, nos dias de hoje, estes cenários ainda são visíveis. Não é propriamente a questão do trabalho que está em causa. Todos os trabalhos são dignos, mas não se no caso forem crianças a fazê-lo. O que está em causa é a humilhação a que algumas crianças, ainda hoje, são sujeitas. Ora imaginem a educação e saúde destas crianças - não existem e esse é o factor x, é o factor x que me preocupa. 

Qual será o lugar dessas crianças neste nosso mundo mundano?
E, infelizmente, não estou convencida que, alguma vez, a injustiça social tenha fim. 

Não somos todos poderosos, por isso não somos todos ouvidos. 

"Num mundo onde há pouca justiça é perigoso ter razão."