terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A propósito da Igualdade (em sentido formal)

Falamos tanto em igualdade entre homens e mulheres e temos pouco resultado, vou tentar uma nova abordagem: vamos falar sobre igualdade entre seres humanos.
Todos temos a mesma base, nascemos da mesma forma, o nosso crescimento acontece de formas bem semelhantes (a nível dos nossos corpos), mas as nossas mentes, aí as nossas mentes, essas são influenciadas de diferentes formas, levando-nos a desenvolver posições na sociedade bem distintas frente às mesmas causas, aos mesmos problemas comuns..
O nosso mundo não precisa da existência de opressores e oprimidos. Nenhum de nós precisa, precisamos de lutadores e reivindicadores, precisamos de almas resilientes.


Meus senhores, assim como acredito na igualdade de géneros, acredito que ninguém, nem homens, nem mulheres devam ser obrigados a ir para lado algum ou a fazer coisa alguma, ou estar a mercê dos medíocres. 
Considero uma infracção ao artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa e, como prova, o exponho, acho triste que tantas vezes o interesse privado trespasse os princípios basilares da nossa Constituição, como se não devesse toda a legislação estar subordinada, como diria Hans Kelsen à "Grundnorm" .
Art. 13.º Princípio da Igualdade

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções politicas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."

Acredito que o respeito ao próximo (regra presente nas bíblias, também) é imprescindível. Entretanto, não vemos muito isso ultimamente. Respeito não é algo que se vende na farmácia, não se distribui como doces em dia de festa, não se dá de presente de aniversário, respeito é um valor que nos é ensinado, algo que cultivamos durante toda a nossa vida e vive entranhado connosco (ou deveria).
Respeitar não é assinar um contrato para que existam termos. Não vou respeitar aquela pessoa só e somente se ela não me respeitar.

Vou respeitar aquela pessoa sempre, em qualquer momento, em qualquer situação, mesmo que ela me venha a ferir. Se assim suceder só tenho de me respeitar acima de tudo a mim própria e não entrar em esquemas de desrespeito mútuo. O mais importante da vida é aprender a dar a outra face da moeda, retribua sempre mas sempre com respeito e amor... trazer-lhe-á muito mais paz de alma.

Nada, repito: nada, dá o direito de tirar a respeitabilidade das pessoas, cada um têm o direito à uma vida da forma que escolher, por consequência terá aquilo que semear, seja bom, pessímo ou desastroso, viver é arcar com os riscos que lhe estão inerentes. Dignidade é um conceito pré-estabelecido para que nos sintamos superiores.
Não existe superioridade. Existimos nós. Existimos. Como humanos.
Por quanto tempo vamos continuar a odiar e a recusar tudo o que nos é estranho? o que não faz exactamente parte daquele nosso plano!
Como sugerido por alguém:

“Se não eu, então quem?
Se não agora, então quando?”

Que sejamos iguais enquanto humanos e cultivemos o respeito, para podermos garantir que outros seres humanos possam viver as suas vidas sem se preocuparem com o que pensamos deles, afinal, pensamento é subjectividade e esta, meus queridos e queridas, não serve como definição para nossas vidas.

Sejamos autênticos, plenos, instruídos.

Cultivando uma boa mente, o coração terá um fardo bem mais leve e afável!...

E para terminar, na vida devemos sempre lutar pelo Direito, mas em confronto com a Justiça, que a nossa escolha penda sempre pela Justiça... pois é a única maneira de garantir a igualdade e acesso a um mundo melhor para se viver...